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Entenda como funciona essa evolução tecnológica no chão de fábrica
“As tecnologias mais importantes são aquelas que desaparecem. Elas se integram à vida do dia-a-dia, ao nosso cotidiano, até serem indistinguíveis dele.” – Mark Weiser, considerado pai da computação ubíqua.
Como previu Weiser, vai chegar o tempo em que não nos surpreenderemos com notícias sobre carros, casas, lojas ou acessórios inteligentes. A Internet das Coisas (IoT) é a principal responsável pela transformação tecnológica que dá autonomia aos objetos mais tradicionais.
Descubra como essa mudança, que ultrapassa os limites do meio online e físico, impacta as indústrias de todos os segmentos. Saiba o que é, como surgiu, quais os benefícios e como a IoT está redefinindo a forma como fazemos negócios na manufatura.
Conheça todos os termos da Indústria 4.0 nesse guia gratuito.
A Internet das Coisas, em inglês Internet of Things ou simplesmente IoT, é uma evolução tecnológica que conecta coisas via internet, permitindo que objetos se comuniquem entre si. A tecnologia dispensa a necessidade de qualquer interação humana, usando apenas alguma forma de conectividade automatizada local ou global.
Na prática, funciona da seguinte maneira: instalamos um sensor no objeto que será monitorado. As informações do dispositivo são extraídas e processadas por um microcontrolador, por exemplo, o Arduino. Em seguida, o hardware transfere os dados para outro gateway (microprocessador) que colhe e envia esses dados para a nuvem – se for centralizado, caso contrário, pode ser processado por outro sistema.
A grande vantagem desse modelo está na possibilidade de capturar informações precisas sobre qualquer objeto, de forma totalmente automatizada e remota. A rede mundial de computadores não está mais limitada aos PCs, notebooks, tablets ou smartphones. Agora podemos conectar qualquer coisa sem a necessidade de fios ou intervenção humana.
Você já conhece a era da Indústria orientada a dados?
Imagine ser desafiado pelo presidente de uma das conferências internacionais de TI mais importantes. Como incentivo, o prêmio nada mais é do que a chance de expor o seu trabalho no evento que é referência para qualquer profissional da área.
John Romkey não se deixou intimidar e aceitou o desafio. Em 1990, em meio aos discmans, jogos de cartucho e telas do Windows 95, ele precisava encontrar uma forma de ligar e desligar um eletrodoméstico via internet.
O objeto escolhido para essa missão: uma simples torradeira. Um pedido ousado para a época, será que a internet poderia facilitar o preparo das torradas no café da manhã?
Com a ajuda de seu amigo Simon Hackett, Romkey provou que sim, é possível. A partir de uma rede TCP/IP, ele conseguiu conectar e ligar a torradeira utilizando a internet. Tarefa executada com sucesso!
No entanto, Romkey ainda não estava completamente satisfeito. A etapa inicial de colocar o pão no aparelho foi realizada manualmente. Disposto a corrigir isso e automatizar todo o processo, ele aperfeiçoou sua criação com uma versão 2.0.
De volta ao evento onde tudo começou, a torradeira foi relançada com algumas mudanças. Dessa vez, um pequeno guindaste robótico ficou responsável por colocar a fatia no aparelho. Pela primeira vez na história, uma torrada ficou pronta sem que alguém precisasse prepará-la.
Sim, o primeiro objeto conectado surgiu na década de 90 e foi uma torradeira. Até então, não havia um termo para definir o que estava acontecendo. Somente em 1999, durante uma palestra para a Procter & Gamble, Kevin Ashton trouxe um novo conceito de sistema RFID para rastrear produtos na cadeia produtiva. Ashton batizou sua apresentação de Internet of Things. A partir de então, a expressão passou a denominar a evolução que presenciamos atualmente.
Em 2013, 13% das empresas ao redor do mundo utilizavam IoT. Em 2017, esse número subiu para 29%. Os dados são da pesquisa IoT Barometer 2017/18, realizada pela Vodafone – operadora móvel britânica.
Os gestores estão cientes de que modernizar a empresa é uma das premissas para se manter competitivo em um mercado cada vez mais digital e disputado. Os principais motivos que levaram os entrevistados da pesquisa a adotarem a IoT foram: aumentar a eficiência (55%), aumentar receita (49%), gerenciar riscos (49%) e reduzir riscos (49%).
Segundo o estudo, as organizações que implantaram IoT perceberam nos resultados de seus processos, em média, aumento na receita de 19% e redução nos custos de 16%. Mais da metade dos entrevistados (51%,) percebeu a aceleração das receitas ou novos fluxos de receita e 55% deles destacaram o aumento da eficiência.
Conheça outras vantagens da IoT:
• Melhora na coleta de dados precisos/informações comerciais
• Custos reduzidos
• Otimização da produtividade dos funcionários
• Aumento da receita
• Aprimora a experiência do usuário
• Aumento da competitividade no mercado
• Maior sustentabilidade
• Melhora da utilização de ativos
• Consistência de manutenção/entrega em todos os mercados
• Beneficia a diferenciação da marca
• Capacidade de cumprir os requisitos regulamentares
• Geração de novos fluxos de receita
A Internet das Coisas Industrial (IIoT) é a versão IoT específica para a manufatura. Conecta os itens e equipamentos do chão de fábrica, oferecendo novas possibilidades por meio da automatização e conectividade. As máquinas ganham a capacidade de analisar e executar as ações necessárias para garantir a produção ininterrupta da cadeia de suprimentos, sem comprometer a qualidade. Os gestores acompanham todo o processo, recebendo diagnósticos antecipados de defeitos e autocorreções.
Há duas formas de implantar a IIoT: reestruturar todo o sistema produtivo com um modelo baseado na internet industrial ou aplicar o conceito ao processo atual, adaptando a forma de operar da manufatura.
Independentemente de como você escolher começar na sua fábrica, três pontos básicos são fundamentais para modernizar o seu negócio.
1. Sensores – instalados nos equipamentos do chão de fábrica.
2. Softwares de análise – soluções de analytics que transformam esses dados em informações importantes sobre o processo produtivo.
3. Pessoas – a partir do relatório gerado pelo sistema, os profissionais da indústria conseguem se antecipar a problemas e acompanhar a produção em tempo real.
Saiba porque na era da Transformação Digital, o pulo do gato não é a tecnologia.
A Internet das Coisas contribui em todas as etapas da cadeia de suprimentos e não é à toa que a manufatura está entre os setores que mais utilizam a tecnologia. Confira alguns exemplos de como essa inovação otimiza o trabalho na indústria:
Com a IoT, você despacha o produto no caminhão e consegue monitorar a distância todos os dados importantes sobre o transporte, como: temperatura (usada, principalmente, em caso de produtos alimentícios), segurança (garante o bom estado do produto), informações sobre rotas de trânsito e perfil do motorista.
Além disso, ainda é possível medir a velocidade do veículo, aceleração, consumo de combustível e tempo do motor ligado com o veículo parado. O acompanhamento preciso dessas informações é importante para melhorar a eficiência energética do transporte e reduzir custos com o translado entre a fábrica e o cliente.
Em máquinas de usinagem os dados armazenados no equipamento são conferidos apenas uma vez ao dia. Agora, com a ajuda da internet industrial, é possível conectar as máquinas ao sistema da indústria e ter acesso aos números da produção em tempo real, além de mudar os parâmetros das máquinas de acordo com a demanda.
Com o processo automatizado e monitorado em tempo real o índice de defeitos e falhas reduz drasticamente. As máquinas inteligentes possuem capacidade de precisão na qualidade dos produtos fabricados. Tudo por meio de sensores, câmeras e testes com lasers – que mantêm o técnico responsável informado pela conformidade dos materiais.
Enquanto uma máquina comum de soldagem se limita à tarefa de soldar, uma máquina inteligente avisa a dobradeira que será necessário mudar a fabricação da peça para melhorar a soldagem. A robotização do processo otimiza a produtividade, melhora o aproveitamento de material, diminui custos e reduz o desperdício.
Quando a indústria possui máquinas inteligentes e conectadas, o próprio equipamento gera relatórios sobre suas condições de funcionamento. Mais do que isso, o maquinário adquire a capacidade de realizar a manutenção preditiva, monitorando os sensores dos robôs industriais. Dessa forma, o tempo de manutenção é reduzido, consequentemente, as perdas por falhas técnicas também.
Veja como prevenir falhas internas na manufatura.
A Internet das Coisas Industrial representa um grande desafio para a gestão das indústrias. Antes de modernizar o maquinário, a empresa deve manter sua atenção voltada ao desenvolvimento do projeto de implantação e escolher a melhor maneira de inserir a sua fábrica na IIoT.
Uma manufatura conectada gera maior disponibilidade de informações, mas também demanda maior segurança, padronização de protocolos e investimento em tecnologia, além de profissionais preparados para atuar nesse cenário. Lembre-se também que essas mudanças irão proporcionar ao seu negócio uma nova – e vantajosa – forma de se relacionar com o mercado.