Grande parte dos acidentes de trabalho podem ser evitados com simples medidas preventivas
Você sabia que o ambiente industrial é considerado um dos locais onde se registram as mais elevadas taxas de periculosidade? O contato diário com produtos químicos e equipamentos prejudiciais ao bem-estar dos colaboradores são os principais responsáveis por acidentes de trabalho e problemas de saúde.
Dados do último Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, realizado pelo Ministério da Fazenda, revelam que o Brasil está entre os primeiros colocados no ranking mundial, registrando cerca de 578 mil acidentes por ano.
Para diminuir esse índice tão alarmante, a Norma Regulamentadora 6 (NR 6) determina que as organizações forneçam gratuitamente aos profissionais os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) - principais ferramentas para a prevenção de acidentes.
A partir de agora, você irá conferir como a utilização desses dispositivos pode melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e, consequentemente, aumentar a produtividade das empresas.
Nos diversos tipos de atividades profissionais existentes, há muitas funções que oferecem um elevado risco ocupacional aos colaboradores. No entanto, no ambiente industrial esse problema é ainda maior. Ruído, poeira, má iluminação, utilização de produtos tóxicos e a ausência de ferramentas apropriadas são apenas algumas das adversidades que fazem parte do dia a dia dos profissionais e podem causar danos irreversíveis à saúde.
Segundo o artigo 6.7.1 da NR 6, é de responsabilidade do colaborador a utilização e conservação dos equipamentos básicos de proteção. No entanto, muitos não obedecem às normas previstas em lei, colocando em risco a própria vida.
Em razão disso, para conscientizá-los, muitas empresas já realizam campanhas educativas e treinamentos frequentes que demonstram aos trabalhadores os inúmeros riscos a que estão suscetíveis e, até mesmo, as punições legais que podem ser aplicadas em caso de inutilização dos acessórios.
Além das capacitações teóricas, treinamentos práticos também são imprescindíveis para auxiliá-los na colocação e no armazenamento correto dos EPIs. Palestras com profissionais da área – Técnicos de Segurança do Trabalho e Corpo de Bombeiros – são apenas alguns dos exemplos de ações que podem trazer ótimos benefícios à equipe.
Os treinamentos oferecidos aos colaboradores são de responsabilidade da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A organização é regulamentada pela legislação brasileira, sendo uma norma presente na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e obrigatória para empresas com mais de vinte colaboradores.
A finalidade da CIPA é observar as condições de risco presentes no ambiente de trabalho, aplicando diariamente ações que visam a preservação da vida dos profissionais. Também cabe a ela cobrar da empresa o investimento de EPIs em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que for necessário.
A equipe integrante da comissão também é responsável pela inspeção dos Equipamentos de Proteção Individuais – juntamente ao Técnico de Segurança do Trabalho da empresa. Ambos possuem o compromisso de orientar os colaboradores quanto à importância da prevenção, além de fiscalizar frequentemente toda a organização.
Como já mencionado, a indústria é o local onde mais ocorrem acidentes de trabalho e no chão de fábrica esse problema é ainda maior. Por esse motivo, a prevenção é a melhor medida para tornar o local de trabalho mais seguro.
Veja abaixo os 8 principais tipos de EPIs mais utilizados nas metalúrgicas:
1. Proteção dos olhos e face – óculos de segurança (contra respingos, poeira e objetos cortantes) e protetores faciais contra lesões;
2. Proteção da cabeça – capacete de segurança contra impactos e protetores de cabeça impermeáveis;
3. Proteção auditiva – protetores auriculares;
4. Proteção das vias respiratórias – respiradores com filtros (mecânicos, químicos ou combinados) e aparelhos de isolamento;
5. Proteção dos membros superiores – luvas e/ou mangas;
6. Proteção dos membros inferiores – botas (impermeáveis, com biqueira ou cano alto), calçados impermeáveis para produtos químicos e perneiras;
7. Proteção contra quedas – cintas e correias de segurança;
8. Proteção do tronco – jaquetas, capas ou aventais.
Por meio da prevenção e do uso desses dispositivos, a empresa consegue reduzir consideravelmente a taxa de acidentes de trabalho. Isso significa maior crescimento e produtividade para a organização, ao mesmo tempo que proporciona qualidade de vida aos colaboradores.
Todo EPI deve obrigatoriamente ter o Certificado de Aprovação (CA) fixado a cada equipamento. Essa medida garante que os produtos foram submetidos a rigorosos testes de qualidade, que comprovam sua durabilidade e resistência. Na hora da compra, a empresa também deve ficar atenta se o equipamento possui a autorização do Ministério do Trabalho e do Emprego, que garante a qualidade do produto.
Outro aspecto que não pode ser deixado de lado, é a fiscalização frequente da validade dos equipamentos – que possuem prazo máximo de cinco anos. Esse período, no entanto, varia de acordo com a forma como os dispositivos são utilizados e armazenados.
Segundo o Ministério do Trabalho (MTE), os riscos ocupacionais são classificados em cinco categorias, conforme a sua natureza. No setor industrial, por exemplo, pode haver a presença de diversos riscos, dependendo da atividade desempenhada pela empresa.
Confira abaixo os principais perigos de cada grupo e entenda como eles afetam a qualidade de vida dos profissionais:
• Risco físico – agentes físicos que podem afetar de diversas maneiras a saúde do profissional. Pode-se citar: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor, pressões de temperatura e umidade, etc;
• Risco químico – substâncias que podem entrar pelas vias respiratórias do trabalhador, como: produtos químicos, gases, poeiras, vapores, dentre outros;
• Risco biológico – os principais agentes são: vírus, bactérias, protozoários, parasitas e fungos;
• Risco ergonômico – atividades que causam desconforto e prejudicam a saúde do profissional. São exemplos: esforço físico, sobrecarga, postura inadequada, jornadas de trabalho exaustivas e repetitividade;
• Risco acidental – fatores que afetam a integridade física e psicológica do colaborador. Os mais comuns são: equipamentos sem proteção, má iluminação, problemas elétricos, probabilidade de incêndio ou explosão, animais peçonhentos e armazenamento inapropriado.
Muitos acidentes de trabalho poderiam ser evitados ou minimizados com medidas simples de segurança. Portanto, é imprescindível que as organizações compreendam as diferenças de cada risco ocupacional para que, então, criem estratégias corretas de prevenção e utilização dos Equipamentos de Proteção Individual.
Para deixar a sua indústria ainda mais segura, confira também como a segurança da informação pode proteger o seu negócio.